terça-feira, 22 de julho de 2014

O ano perdido


" Dia 11 de fevereiro de 2013. Há pouco mais de 9 meses eu entrava num avião com uma única certeza: a incerteza! Trocava uma "formatura-certa" e um "futuro-certo" por um intercâmbio para um lugar que eu nunca tinha ido, nunca tinha ouvido falar e nunca tinha pensado em estar.
Alguns chamaram de loucura, outros de coragem. Eu já nem tentava nomear. O que antes era sonho, já era quase fato no dia do embarque. O que seria, então? Meus pais chamavam de "investimento no meu futuro" (mas... não seria presente?). Era muita justificativa para uma só opção: subverter a ordem das coisas na sociedade! (Como assim, você não vai se formar no "tempo certo"?).
Os pessimistas chamaram de "Ano Perdido". A eles eu dedico o meu post. Eles estavam certos: eu, realmente, perdi muito esse ano!
Primeiro de tudo, eu perdi MAIS um ano normal na faculdade, imaginando como seria aquele mundo de que eu tanto ouvia falar, mas conhecia apenas uma insignificante parcela. Eu perdi de passar mais um ano pensando "E se...?." Eu perdi um ano de desejar ser uma pessoa em intercâmbio. Eu perdi um ano de reclamações. Eu perdi um ano de atormentar os meus amigos e familiares com o meu mau humor e frustração. Eu perdi de passar um ano num lugar, achando que meu lugar era outro. Eu perdi uma formatura que me traria mais infelicidade que satisfação.
E tem mais!
Eu me perdi pela Europa, eu me perdi pelo mundo. Dei um pulinho na Ásia, só pra sentir o gostinho do - ainda mais - diferente. E querer voltar. Eu me perdi pelas ruas de todas as cidades que visitei, principalmente Barcelona!
Eu me perdi pelos meses, pelas semanas e pelas horas. E, só não me perdi mais, porque as estações do ano estavam sempre lá, dispostas a lembrar que os tempos estavam sempre dispostos a mudar, do mesmo modo que eu mudava.
Eu perdi ônibus, perdi trem, perdi avião. Sim, eu perdi! Eu também perdi o sentimento de perda. Esse - que eu já começara a abandonar quando decidi vir para a Croácia - continua se perdendo em casa viagem, em casa conversa, em casa pessoa, em casa história de vida que eu não conheceria se tivesse continuado abraçada ao comodismo.
Eu perdi o medo. E esse, esse foi o mais difícil de perder. Às vezes ele visita, tenta se agarrar de volta, mas não demora a ser expulso. Perdi o medo da estrada, perdi o medo da solidão, perdi o medo do futuro. Eu perdi o medo da vida, eu perdi o medo da sociedade. E esse foi o mais lindo dos medos perdidos. Não, eu não ouvi falar. Eu vi. Eu vi que nesse mundo tem - SIM! - gente capaz de fazer o bem pelo bem. E isso trouxe a esperança de volta. Ah, a esperança! Mas, peraí, essa entra nos ganhos. E esse texto é sobre perdas, certo? Melhor parar por aqui...
Ah, eu também perdi o apego material. Claro que, infelizmente, ainda não totalmente. Sim, ainda lentamente, ele se esvai. Ele se vai. Ao longo de todo o processo anterior ao intercâmbio e ao longo do próprio intercâmbio. Primeiro por uma questão de racionamento de dinheiro e, pouco a pouco, por uma questão de consciência. As coisas materiais acabaram por se tornar simplesmente... materiais. Apenas da matérias, elas carecem de substância!
É a ral da filosodfia da banana, que minha grande amiga, companheira, aventureira desse ano de filosofias, viagens e aventuras, Jana Maurer, bem nomeou e descreveu aqui. E isso só entende e concorda quem já sentiu a sensação de ter a "vontade de conhecer" mais pesada que a "mochila nas costas". É incrível como o "ter" se torna totalmente substituível pelo "conhecer". 
E, finalmente, alguns irão argumentar: mas, e os momentos com seus amigos e familiares que você, efetivamente, perdeu? Aqui, eu reconheço, eu perdi. Mas, com isso, eu (re)conheci o que e quem eu realmente sinto falta nos meus dias. Eu (re)conheci o que realmente é importante pra mim no Brasil e/ou em qualquer lugar do mundo: pessoas, afeto, laços, momentos, que se criam e renovam no tempo. Ops! Esses são, de novo, ganhos e não perdas.
E aí eu chego à última e mais importante da lista (não exaustiva) de perdas: eu perdi o lado negativo da vida. Perdi essa mania de ver tudo pela ótica da perda. Porque, no fim, toda perda tem seu ganho. Você só estava cedo demais pra enxergar. E aí, eu também perdi a cegueira. Cegueira de achar que eu era incapaz de narrar minha própria história.
Pois é. Eu perdi muito. "

Texto: Ligia Tosetto do Prado 


quarta-feira, 9 de julho de 2014

Ser Intercambista


"Não fui intercambista durante um ano. Eu sou intercambista pelo resto da minha vida. Intercâmbio não é apenas um ano no exterior, é um modo de vida. Estar em intercâmbio é aprender como viver sendo intercambista. É aprender a olhar o mundo de outra maneira. É aprender que o mundo é pequeno o bastante que cabe em seu coração e o seu coração é grande o bastante que além de caber o mundo, cabem todas as pessoas que estão dentro dele.

É aprender que você nem sempre tem a resposta para tudo e que nem tudo tem resposta.

É aprender a conviver consigo mesmo e a viver com as outras pessoas. É aprender que você não precisa de companhia para todas as horas e que momentos inesquecíveis também podem ser compartilhados apenas com você e a sua máquina fotográfica. E que outras vezes é bom compartilhar outros momentos inesquecíveis com pessoas inesquecíveis.

É aprender a dar valor a saudade, e que um "tchau" pode ser interpretado com um "See you later!".

É entender que não existe melhor ou pior, mas existe o diferente.


É perceber as pequenas nuances do mundo. Aquelas que antes eram imperceptíveis, e perceber também que você é capaz de tudo, mas é também capaz de nada.

É descobrir que você não precisa agradar a todos e que nem todos precisam lhe agradar. É entender como você é, e não precisar provar isso a ninguém.

É descobrir que uma tarde de domingo só é tediosa se você quiser que seja, e que deitar na cama não significa descanso.

É saber dar valor a um sorriso, um abraço, uma lágrima. É conseguir compreender uma pessoa complicada. E que viver em sociedade significa ter 2 ouvidos e apenas meia boca.

É descobrir que você é a única pessoa que estará ao seu lado para o sempre e não se lamentar por isso. É entender que existem leis na vida e que uma delas é que tudo acaba. Tudo sempre acaba. É não espernear por isso, por tudo, realmente acaba.



É descobrir que um filósofo estava certo quando ele disse que nós nunca nos banhamos no mesmo tio 2 vezes e entender que só o tempo encaixa todas as coisas nos seus devidos lugares.

É descobrir que melhor amigo não é aquele que está em todas as horas ao teu lado, mas é aquele que quando olha em seus olhos sabe o que você sente, e que 10 minutos em silêncio valem mais do que 3 horas de conversa.

Ser intercambista é ter a alma sadia e um sorriso no rosto. É dividir experiências e viver mais outras tantas. E que apesar das derrotas, dos momentos ruins, a vida é cheia de felicidade. Aquele felicidade que vem de dentro.

Intercambista vive a melhor época da vida.

Quem disse que a infância é a melhor fase da vida, é porque nunca foi Intercambista!

'Guardo as recorações
Das terras por onde passei
E dos amigos que lá deixei' "

Texto de autor desconhecido

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Vida de Intercambista

   Encontrei esse texto no Blog das 30 Au Pairs, ele é perfeito e retrata um pouco dessa loucura emocional que é ser au pair :)


"Essa vida de intercâmbio é bem parecida com uma montanha-russa! Primeiro você fica olhando de longe, tentando decidir se vai ter coragem ou não de ir... Aí você pega opinião de quem já foi e escuta histórias que te animam e outas que te desanimam e seria melhor nem ter escutado. Então, quando você resolve arriscar, porque entende que nunca vai viver emoção parecida como aquela se não topar, você espera um tempão numa fila, antes de finalmente conseguir embarcar. Nesse tempão, sua ansiedade aumenta e você até pensa em desistir! Onda já se viu você estar pagando pra entrar e ainda ter que esperar tanto?! Podia estar fazendo outras coisas, gastando sua energia de outras formas. Aí, tem que escolher o lugar que vai estar durante aquela aventura. Mas, muitas vezes, não é o lugar que você queria! Alguém na sua frente deu mais sorte que você. Mas tudo bem! Mesmo assim você vai... E quando finalmente chega a sua vez, você reza! Porque percebe que daí pra frente, só Jesus na causa pra te ajudar, já que não dá mais pra pular fora. 
No começo, é muita informação pra sua cabeça e você acha que vai explodir! Porque ninguém consegue assimilar tanta coisa naquela velocidade toda. Aí você se pergunta "como eu vim parar aqui?". Aí você vai subindo, subindo, vai dando aquela sensação gostosa, você dá risadas incríveis, sorri pra câmera que está sempre registrando cada momento que você passa ali, e de repente, o negócio para. Aí você percebe que o bicho vai pegar! E talvez você não fosse tão corajosa quanto imaginava. Talvez seria melhor não ter ido, e escutado a mãe que te questionou "vai correr esse risco?". E bate o medo! Mas aí é tarde demais... Você já está lá e não tem mais pra onde fugir. Se bem que se conseguisse sair antes de piorar, se tivesse um jeito de conseguir escapar... No, never mind! Isso não ia prestar. Você não pode desistir depois de ter chegado tão longe! Só tem um jeito: segura na mão de quem estiver do seu lado, sendo cúmplice naquela jornada insana, e vai. Vai com tudo! Pensa no que te fez chegar até ali: a sede por novas emoções, a busca por algo que você nem sabia o nome, a fuga daquela vida parada que já não estava te acrescentando nada... E vai! Rezando pra que dê certo. Rezando pra que não se arrependa. Rezando pra que sua amiga não te decepcione e solte sua mão, porque se isso acontecesse você não saberia o que fazer.
Bem lá de cima, você escuta um choro. Você escuta gente falando "para isso que eu quero descer!". Mas você não desce. Você repete pra si mesmo "se tantas pessoas conseguem, porque eu não vou conseguir?". Aí você vai. Fecha os olhos, pede pra tudo isso acabar logo e vai. No meio daquela decida radical, você xinga! Fala palavrões que você nem sabia que existia, em outra língua até, e vai. Se questiona por que tinha que sair de casa pra passar por isso, mas vai. Perde o fôlego, mas vai. Continua descendo porque sabe que foi você que quis estar ali in the first place! Ninguém te obrigou... Até falaram que ia ser difícil. Mas caramba, porque ninguém falou que seria tão difícil?! Muita falta de sacanagem. Mas agora é tarde... E aquela descida acaba, e você continua sua aventura aliviada, porque depois da tempestade sempre vem a calmaria, né? Então você aproveita o passeio. Vê coisas incríveis e sabe que a câmera não vai ser capaz de capturar tudo aquilo. E deseja que seus olhos pudessem tirar fotos! Porque só assim aqueles que não embarcaram com você vão conseguir ter uma noção do que você está vivendo. Uma vaga noção, né? Porque só quem foi sabe realmente como é... Mas seus olhos infelizmente não tiram fotos, e aquelas pessoas vão ter que acreditar na sua palavra quando você lhes contar. Mas, ah! Vão faltar palavras pra descrever o que você está vivendo... É que você está vivendo muita coisa ao mesmo tempo! Aí, quando você pensa que já viu tudo, que já se adaptou, e dali pra frente vai tirar tudo de letra, acontece algo totalmente inesperado. Aquele negócio faz uma virada brusca, tira seu cabelo do lugar, a câmera te pega num ângulo que não te favorece, e quando você percebe, você está de cabeça pra baixo! Aí você se lembra de uma autora que disse que quando a vida a virou do lado avesso, ela percebeu que o avesso era o lado certo... E você começa a desconfiar que no seu caso, talvez de ponta cabeça seja seu lado certo!
E de repente, a montanha-russa para. E quando para, você tem vontade de gritar "eu quero bis!". Mas já é tarde... Não dá mais. E você desce. De pernas bambas, lágrimas nos olhos, com os pensamentos confusos e o coração carregando sentimentos contraditórios - tão bons e tão ruins... Aí você olha pra trás, lembra de tudo que viveu, e tem então a certeza: foi difícil, você sofreu, teve uma hora (ou várias horas) em que se arrependeu, mas no final você sobreviveu, valeu a pena e você faria tudo de novo! E de novo."

Autora: Karolyna Junqueira 


sexta-feira, 13 de junho de 2014

finalmente Hamburg

   Ano passado, na época que fui tirar o meu visto, acabei conhecendo a Wanessa, e desde então decidi que iria pra Hamburg (onde ela iria morar). Depois de mais de 1 ano conversando, finalmente nos conhecemos :)



   Só pra ajudar, dois dias antes de viajar tive febre, e no dia anterior fiquei febril o dia inteiro. Mas até parece que iria me impedir de viajar! Meu voo foi as 6:30hs em plena terça feira, então iria sozinha pro aeroporto. 
   Acordei antes das 4hs, me arrumei, tomei café, mais um remédio pra febre porque continuava febril, e então parti. Como o primeiro ônibus que vai pra estação é 5 e pouco, fui caminhando até lá, demorei entre 30 e 40 minutos, mas cheguei com tempo suficiente pra comprar meu ticket e ainda esperar pelo trem. Deu tudo certo no meu percurso, e ainda cheguei no aeroporto antes das 6hs.


Rathaus
   8 horas eu já estava em Hamburg, dei sinal de vida pra minha guia particular, comprei o cartão do transporte, peguei o metrô e fui pro hostel. Por ainda ser cedo meu quarto não estava liberado, então troquei de roupa, deixei minha mala em um armário na recepção e saí.
   Fui para o porto e tentei achar uma atração ali por perto que parecia ser interessante, mas foi em vão. Me sentei em um banco, abri o mapa, e comecei a procurar e circular todos os lugares que eu queria ir, assim seria mais fácil. Acho que fiquei uns 10 minutos ali, tempo suficiente pra parar um cara de bike no meu lado perguntando se eu precisava de ajuda. Logo em seguida a Wanessa me ligou perguntando onde que eu estava e dizendo que poderia me encontrar em aproximadamente 1 hora na frente da Rathaus.
   Peguei o metrô e desci na frente da St. Petri Kirche, tirei umas fotos e segui pra praça da Rathaus. Enquanto eu esperava, fui na Starbucks, aproveitei pra usar a internet de lá, e depois dei uma olhada nas lojinhas de souvenir na praça.


rua comercial
   Quando a Wanessa chegou, caminhamos em uma das ruas comerciais e seguimos até a biblioteca da cidade, ficamos um tempo por lá conversando e vendo o que eu poderia fazer, e então fomos pra Hauptbahnhof, porque ela já precisava ir trabalhar. Fiz então o caminho de volta, e do nada começou a chover, e como eu estava meio doente e não podia me molhar, aproveitei pra comer e olhar as lojas.
   Já eram umas 17hs quando saí do centro, então voltei para o porto, dessa vez eu tinha as indicações pra chegar até o Miniatur Wunderland, "museu" de miniaturas da Alemanha e alguns de outros países também. Tinha um aeroporto, estação de ski, estádio de futebol, Oktoberfest, estação de trem, etc, mas o que eu achei mais interessante foi uma sala que tinham várias da mesma maquete, mas cada uma delas mostrava Berlin em uma época diferente, antes da Segunda Guerra, no início, durante, no final, depois que acabou, quando começaram a construir o muro, quando ele ficou pronto, as pessoas protestando, quando ele finalmente caiu, e depois de já ter caído. Fiquei por volta de 2 horas lá, é muito legal e vale a pena entrar!


Berlin - 2 G.M.
   Como cada dia tem escurecido mais tarde, depois de sair do Miniatur Wunderland aproveitei pra ver as igrejas St. Nikolai, que tem um elevador pra subir e ver a cidade do topo; St. Michaelis, onde tem o maior relógio da Alemanha com mais d 24 metro de diâmetro; e a St. Katharinen. Quando já estava nas proximidades do hostel, finalmente consegui encontrar um mercado aberto, comprei minha janta e fui embora.
   Eu já tinha achado o hostel legal apenas pela recepção, quando entrei no quarto então... wow! Sem a menor dúvida foi o melhor que eu já fiquei, e também passa a perna em muitos hotéis por aí. Vou poupar explicações e apenas deixar umas fotos abaixo.







   Na manhã de quarta feira fui convidada pra tomar café na casa da Wanessa, que por sorte era na mesma linha do metrô que o hostel e cheguei rapidinho. Comemos, traçamos o roteiro e fomos pra rua. Fomos primeiro até o porto, descemos por um elevador e atravessamos um corredor que fica em baixo d'água pra chegarmos do outro lado do mar. Muito legal, e deu pra fugir um pouco do sol e dar uma refrescada.

no túnel em baixo do mar
   Descemos na Reeperbahn, que é a rua da luz vermelha por lá, lotada de boates, etc, mas por ser de dia era totalmente tranquilo andar por lá. Encontramos também a Beatles Platz que fica bem na frente da rua das boates. Seguimos caminhando pela Reeperbahn até chegar no Panoptikum, museu de cera originário da Alemanha. Por ser alemão, várias figuras alemãs estão presentes, como Angela Merkel, a chanceler da Alemanha, Albert Einstein, Beethoven, e até mesmo Hitler. 



rua das boates



museu de cera  

museu de cera
   Em seguida fomos até a igreja St. Nikolai porque no dia anterior estava fechada. Quando chegamos lá a mulher falou que o elevador estava fechado naquele dia, mas que poderíamos ir até a St. Michaelis que lá seria possível. Como a Wanessa já tinha subido lá, ficou torrando no sol me esperando do lado de fora. Quando saímos pegamos um bus até a Rathaus e paramos na Starbucks pra tomar algo gelado.


St. Michaelis
    Antes de irmos embora, fui até uma das barraquinha de souvenirs pra perguntar algo que eu não lembro agora, cheguei até a mulher, falei "Hallo", e antes que eu pudesse continuar a falar ela virou e me respondeu super estúpida "Feierabend!!!", que é como "fim do expediente". Então tá né... pena que na hora esqueci de usar a frase nova hahaha mas depois eu e a Wanessa nos divertimos com essa história.



   Encontramos com o namorado da Wanessa na frente de um shopping e fomos até o local que estava tendo troca de figurinha da copa. Até encontramos uns brasileiros por lá, que coisa não?! Depois disso os dois foram embora e eu ganz allein fui dar uma última volta, comprar minha janta e o café da manhã pro dia seguinte, porque teria que acordar cedo pra ir pro aeroporto. Quando cheguei no hostel arrumei minha mala, tomei banho, recusei o convite do povo do quarto que ia dar uma volta, deitei e ainda fiquei fazendo uma horinha antes de dormir.
  
Para mais detalhes, clique aqui e acesse o post sobre Hamburg em meu blog de viagens!

quinta-feira, 12 de junho de 2014

a pequena Liechtenstein

   Depois de muito tempo tentando marcar algo, finalmente eu e a Gianni encontramos uma data de as duas podiam. A ideia inicial era ir pro Bodensee, pra Konstanz que fica no lado alemão, e Bregenz que fica no lado austríaco, mas a ideia de ir pra Liechtenstein surgiu e optamos em ir até lá.


Rathaus
  Liechtenstein é um país minúsculo entre a Suíça e a Áustria, tem 160 km² e possui pouco mais de 34 mil habitantes. Apesar de ser pequeno, é considerado um dos países mais ricos do mundo. Eles falam alemão, utilizam o franco suíço como moeda, e também dos trens da Suíça.
Landtag
   Fomos primeiro pra Vaduz, a capital. Cidade minúscula, com apenas 2 ruas principais. Nos encontramos na estação de Buchs na Suíça, e então seguimos de ônibus até Vaduz.
Ao chegarmos, a primeira coisa que fizemos foi ir até o centro de informações turísticas para que carimbassem nossos passaportes (obviamente não foi de graça). Saímos de lá e fomos pro museu do selo apenas porque era de graça. O país é bastante conhecido por conta dos selos, pois foram um dos primeiros países do mundo a colar selos de papel em envelopes, e também sempre escolheram temas polêmicos pra estampar seus selos, mas em compensação são um dos menores sistemas postais do mundo e mais uma vez acabam tendo uma ajudinha da Suíça.





   Seguimos até o Landtag, o parlamento, depois até a St. Florinskirche um pouco mais a frente e aí acabou a cidade... rs. Voltamos um pouco até encontrarmos o caminho que subia até o castelo. No meu ponto de vista, a única coisa que realmente aproveitamos foi o ponto em que paramos para observar a vista da cidade, porque quando chegamos no castelo não tinha absolutamente nada! O castelo não é aberto ao público e não conseguimos ver nada além dos portões de trás, porque a parte bonita se pode ver da cidade.


caminho pro castelo
vista de Vaduz
   Enfim... descemos e fomos em busca do ônibus que iria pra Malbun, a cidade que o povo vai esquiar. Esperamos uns 20 minutos até o ônibus chegar,e a subida durou entre 30 e 40 minutos. Obviamente não era mais temporada de ski, mas ainda tinha neve por lá :) E nem preciso mencionar a alegria das brasileiras iludidas com o último inverno e que estavam loucas pra ver uma neve...




   Pois bem, fizemos guerra de bolas de neve, escrevemos na neve, deitamos etc, e detalhe: não estávamos devidamente vestidas rs, ou seja, ficamos com as calças molhadas e as mãos congelando... mas valeu a pena! Essa seria nossa última oportunidade de ver neve no nosso ano de au pair, e só tenho uma coisa pra dizer: aproveitamos! Obviamente acabei tendo febre e dor de garganta por uns dias, mas faz parte! rs




   Quando voltamos pra Vaduz fomos até a Rot Haus, sede de uma das principais vinículas do país, mas infelizmente estava fechada. Procuramos em vão por algo barato pra comer e então decidimos ir embora. Fomos pra Schaan, outra cidade de Liechtenstein, onde teríamos que pegar outro ônibus pra Buchs (já na Suíça) e então pegar o trem que seria apenas depois das 19hs pra podermos viajar de graça. Como ainda tínhamos tempo, paramos em uma festa que estava tendo em Schaan pra comer alguma coisa. Depois caminhamos até o terminal de ônibus. Em Buchs nossos trens seriam no mesmo horário, mas cada uma iria pra um lado diferente, então nos despedidos e eu segui pra minha plataforma. 


Para mais informações sobre Liechtenstein, clique aqui e acesse meu blog de viagens!

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Heidelberg und Mannheim

   Na hora da reta final, em qualquer data vazia se encaixa alguma coisa pra fazer. Heidelberg eu tinha deixado de lado porque a irmã da Natalie mora lá e nós iríamos nas férias de junho, só que ela acabou mudando os planos, viajou com os 3 e a irmã e eu vim pra Suíça.
   Enfim, decidi fazer a minha viagem de ônibus por serem apenas 3 horas e meia e sem beeeeem mais em conta do que de trem. Paguei apenas 22€ ida e volta! Aproveitei a emenda de feriado e fui na sexta logo cedo pra voltar no sábado a noite. Cheguei em Heidelberg na hora do almoço, deixei minha mala no hostel, que era apenas 3 minutos da Hauptbahnhof. Comprei um mapa que também funcionava como um pequeno guia turístico por 1,50€.


   Consegui fazer tudo que estava no meu roteiro, e ainda entrei nas irresistíveis lojinhas de souvenirs, e mais algumas enquanto eu caminhava pena Hauptstraße. Visitei o castelo de Heidelberg, a parte do barril gigante de vinho e o museu da farmácia; a Alte Brücke, que é a ponte mais velha da cidade, e está sobre o rio Neckar; o Brückentor, que é o antigo portão da cidade, e que fica no início da ponte; o Brückenaffe, a escultura de bronze de macaco ao lado das torres do antigo portão da cidade, e forma-se uma enorme fila de turistas lá, pois dizem que tocar no espelho que o macaco segura trará riqueza, que tocar nos dedos dará o direito de voltar a Heidelberg, e tocar no ratinho que fica ao lado do macaco trará fertilidade.Também fui na Rathaus; na Marktplatz, que é onde fica a Igreja do Espírito Santo; na Jesuitenkirche; na antiga Universidade, e na sua praça; na biblioteca da Universidade, que é a maior da Alemanha e tem mais de 2 milhões de volumes.


   Resolvi voltar pro hostel quando minhas pernas começaram a doer. Jantei comida chinesa e peguei o ônibus pra ir embora. Até a hora de dormir eu tinha adorado o hostel, tudo organizado, limpo, e principalmente por ser ao lado da estação de trem, mas ao lado dele (no estacionamento) tinham uns bares ou algo do tipo. Só sei que ficavam bem na janela do meu quarto, e estava muito barulho! Foi complicado demais pra dormir, fiquei pelo menos 1 hora virando de um lado pro outro na cama até conseguir.


   No dia seguinte tinha colocado o despertados pras 7:30, mas como demorei pra conseguir dormir, acabei ficando 1 hora a mais na cama :) Levantei, me troquei, e antes de fazer barulho no quarto arrumando as minhas coisas fui tomar café. Geralmente, quando não está incluso no valor da diária eu como na rua, mas dessa vez achei que valia a pena. Apenas 3€ pra comer a vontade: pão, queijo, presunto, salame, café, leite, suco de laranja, geleia, nutella, sucrilhos... enfim, um bom café da manhã.


    Arrumei minhas coisas, deixei a mala na recepção e fui pra Mannheim. A Natalie disse que não tinha nada demais pra ver/fazer lá, mas como era pertinho, apenas 20 minutos de trem, resolvi ir e ver com os meus próprios olhos rs e bom... ela tinha razão! Só andei e vi poucas coisas como o Wasserturm, a praça da Rathaus, e o castelo da cidade (que também não era nada de mais).



   Acabei voltando pra Heidelberg por voltas das 14hs e fiquei no centro histórico. Almocei e fiquei olhando as lojas até mais ou menos 15:40hs. Quando estava saindo da última loja escutei uma música alta na rua, vi um carro de polícia na frente, em seguida um "carro de som" e depois uma multidão. Logo em seguida descobri que se tratava da marcha da maconha. O povo estava bastante organizado, caminhando com placas e cartazes nas mãos, conversando e rindo. Aqui tem uma lei que diz que todos tem o direito de expressar sua opinião, portando podem fazer passeatas, etc numa boa, desde que agendem/inscrevam elas em algum lugar que não tenho a menor ideia de onde.


   Acompanhei por um tempo e logo tive que mudar meu caminho, pois eles estavam indo justamente para a praça em que eu pegaria o ônibus, então não teria mais ônibus por lá. Voltei pra avenida, lugar que eu sabia que teria algum ônibus, entrei no primeiro que apareceu, e dei sorte dele parar exatamente na frente de uma das entradas do hostel. Desci do bus as 16hs em ponto, o que ainda me dava 30 minutos até meu ônibus partir, o que era mais do que o suficiente.




   Peguei minha mala, fui no banheiro, e andei em direção ao ponto, cheguei as 16:10 e o ônibus ainda não estava lá, entrei rapidamente no Mc pra comprar algo que pudesse comer no ônibus, pois logo sentiria fome. A volta foi tranquila, dormi quase a viagem toda, e no final das contas ainda chegamos 10 minutos mais cedo, o que me fez esperar a Natalie por 20 minutos no frio.
   

domingo, 8 de junho de 2014

Basler Morgestraich, o início do carnaval de Basel

   O carnaval da Suíça, pelo meno o de Basel, começa na segunda feira seguinte ao da Alemanha, mais precisamente as 4 horas da manhã.
   Bom, desde agosto eu já tinha ouvido falar desse tal Basler Morgenstraich, e era algo mais diferente ainda do que eu já tinha visto por aqui, então resolvi ir. Domingo a noite olhei os horários dos trens, e vi que de madrugada só sai trem do lado suíço. Eu chegaria lá as 03:11hs e pra isso teria que pegar o trem as 02:45hs e acordar as 2hs. 
   Fui dormir as 22:30, e quando acordei, a vontade de continuar na cama quase me venceu, mas uma força maior me fez levantar rs. O trem estava lotado! Mas consegui um lugar pra sentar e dei uma cochilada até chegar em Basel. Estação lotada, chegando gente de tudo quanto era lado... já tinha gente vendendo o broche do carnaval lá dentro, comprei um e segui pra fora da estação. Estava caindo de sono e acabei comprando um café que estava horrível na saída da estação.


   Minha gast tinha dito que o melhor lugar pra assistir era na ponte, já um amigo da família disse que era na frente da Rathaus... simplesmente segui a multidão até encontrar um lugar legal pra ficar. As 4 horas em ponto a cidade inteira se apagou e começou a surgir grupos fantasiados com máscaras estranhas tocando. Cada hora aparecia um grupo vindo de um lugar diferente fazendo o povo se organizar encontrando um novo lugar pra ficar.
   Foram vários grupos diferentes, mas todos faziam a mesma coisa. Eu já tinha uma lista com possíveis horários de trem pra voltar, e então quando achei que já estava bom resolvi ir embora. Não lembro o horário do trem, mas sei que cheguei pouco antes das 5, e quando cruzei a ponte que divide as cidades estava amanhecendo, então parei pra tirar uma foto, e que cheguei em casa as 6:30, horário que eu estaria acordando.





   Cheguei e já comecei a arrumar a mesa do café e fazer tudo o que eu geralmente faço. Foi um dia normal, as meninas foram pra escola, e eu voltei pra cama pro curso. rs Tomei o Red Bull que comprei em Basel e fui pro curso, mas o melhor de tudo é que passei o dia sem sono :)

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Fasnacht, o carnaval alemão

   Achei incrível o carnaval daqui! Totalmente diferente do que eu estava acostumada, mas foi demais! Pra começar porque aqui é no final do inverno, não foi dessa vez, mas geralmente tem neve e está muito frio!
   Aqui em Rheinfelden começou na quinta feira, 27 de fevereiro. As 6 da manhã já teve um pequeno desfile no meu bairro e no centro com o povo fazendo barulho, mas eu não ouvi nada.. esqueci disso, queria ter acordado 20 minutos antes pra escutar nem que fosse da janela do meu quarto. Quando saí do curso, fui direito pra Rathaus encontrar a Natalie, a Sophie e o Henrik. O prefeito falou um pouco e fez a abertura oficial do carnaval, alguns grupos chegaram tocando, eu experimentei a famosa sopa de farinha (só tem no carnaval), que não é nada delicioso, mas dá pra comer numa boa, me lembrou um pouco a sopa de feijão sem o feijão.


sopa de farinha
   Domingo foi o dia do desfile na cidade, os grupos/orquestras se fantasiam, e muitas das fantasias são bem sinistras rs mas é engraçado de ver, e durante os desfiles, o povo que vem andando joga doces pras crianças só por isso que adoram o carnaval. A Natalie tocou com a Stadtmusik e a Emi desfilou junto, foi na frente da orquestra jogando os doces pras crianças. Eu fiquei parada com o Arne, a Sophie, o baby e mais uns amigos deles pra assistir, acho que durou umas 2 horas. Ahh, eu fui fantasiada de morango! haha Achei um monte de fantasia legal por aqui, mas essa foi a mais barata que era legal e que daria pra usar numa boa no Brasil. Todo ano a cidade faz broches do carnaval pra vender, eu já tinha visto e estava apenas esperando a oportunidade pra comprar, mas acabei ganhando um do Arne :) Quem desfila grita "Narrí" e quem assiste responde "Narrô", carnaval no Sul da Floresta Negra.




   Quando acabou o desfile fomos pra casa de repouso da cidade, onde o pai do Arne mora, porque a Stadtmusik ia se apresentar por lá. Pensei que iriam tocar músicas de carnaval e tals, só que não... eu não conhecia as músicas e fui obrigada a concordar com a Emi que estava entediante. 
   Segunda fomos até um Dorf aqui perto, porque teria um desfile da Stadtmusik. Dessa vez as meninas foram com a mesma roupa que a orquestra e andaram na frente deles juntos com os filhos das madrinhas delas. Eu fui atrás da orquestra, empurrando o carrinho. O legal é que cada dia de carnaval fizemos algo diferente! Nesse dia durante o desfile, tinham algumas paradas onde as crianças recebiam doces, e tinham mesas com comida e bebida pras pessoas pegarem.


Stadtmusik
   O último dia de carnaval foi na terça, dia do desfile infantil na cidade. A Natalie, as madrinhas das meninas, e mais uma pessoa que não conheço montaram um pequeno grupo pro desfile, e estavam todos fantasiados de vampiros ou morcegos. A Natalie levou o baby e eu fiquei apenas com o carrinho vazio. Enquanto ainda estavam na concentração eu fui caminhando em direção à Rathaus, e no caminho encontrei com um amigo da Sophie do Kindergarten com o irmão e o pai, então me juntei a eles. Enquanto andávamos, apareceram duas mulheres de jornais diferentes pedindo pra tirar foto nossa rs, e uma delas anotou nosso nome e de onde éramos. Depois ele acabou me mandando o jornal em que aparecemos pela filha, que é a melhor amiga da Emi.




   O percurso foi pequeno comparado ao de domingo, umas 3 ou 4 quadras. Na Rathaus tivemos uma escada pra chegar até o salão, mas então me ajudaram e foi de boa pra subir com o carrinho. No salão logo encontrei a Natalie e me juntei ao povo na mesa. Logo começaram as atividades pras crianças na frente do palco, todos pulavam, dançavam e cantavam, e de vez em quando, os animadores jogavam confete e doces, e então as crianças se matavam pra conseguir pegar alguma coisa.
   De noite foi o Fasnachtsverbrennung, o encerramento do carnaval, que é feito queimando um boneco dos Latschari (um dos grupos) para representar o fim. Eu iria de qualquer jeito, mas as meninas estavam de férias e também queriam ir, então fomos de carro com o Arne. Caminhamos uns 500 metros seguindo os Latschri e a Stadtmusik tocando juntos e todos os grupos fantasiados caminhando atrás até a praça em que aconteceria o evento, tinha uma caçamba no meio, que foi onde colocaram o "corpo". Enquanto colocavam fogo no boneco, alguns personagens choravam, lamentavam, corriam até o corpo, assopravam pra tentar apagar o fogo... hilário!




   Ficamos lá por volta de 1 hora, as meninas já estavam cansadas, estava frio e o principal já tinha acontecido, mas um povo ainda ficou e depois que acabou começaram a seguir em grupos em direção a festa que teria aqui em Nollingen, mas eu não fui.


Fasnachtfeuer
   Quando acaba o carnaval tem a festa dos bombeiros, o Fasnachtfeuer (tinha que ser com fogo, né?) o de Nollingen foi no sábado na floresta. Obviamente foi de noite, e a Natalie falou pra eu ir só quando já estivesse bem escuro, senão não teria graça. Fui de bike apenas pra que na volta eu chegasse rápido em casa, porque na verdade eu morri empurrando ele na subida e pra ajudar estava o maior breu. Não entendi direito como funciona, mas vamos lá: Eles fazem uma fogueira enorme e deixam ela apagar sozinha, geralmente no dia seguinte ainda tem alguma coisa, e é lá o início da festa. Ao lado da fogueira tinha um monte de mesas e bancos e barracas vendendo cerveja, salsicha e batata frita (pra variar rs). Tem também uma fogueira menor, onde fica a diversão das crianças, eles prendem algo branco que eu não tenho a menor ideia do que seja na ponta de enormes gravetos, colocam no fogo, e depois de algum tempo levantam e ficam girando no ar, fazendo o fogo "brilhar". E também tinham as pessoas que faziam o mesmo, mas em vez de balançar no ar, batiam com força em uma madeira que ficava afastava da multidão, e então o pedaço branco voava iluminando a escuridão e apagava ao cair na grama. Foi realmente diferente de ser ver, mas não achei muito graça não, então aproveitei pra ver a cidade iluminada de um ponto mais abaixo e fui embora.


broche do carnaval de Rheinfelden
   Foi assim que terminou o carvanal em Rheinfelden. A Natalie falou que foi bom, porque cada dia vi um carnaval novo. O carnaval do Brasil pode ser famoso e conhecido por todo o mundo, mas existe ainda muita coisa legal e diferente por aí!